"Todo o ponto de vista é a vista de um ponto" (L. Boff)

Aqui deixo claro quais são os meus.

sábado, 23 de junho de 2012

Coletivo

(Na dúvida da greve, fez-se a poesia.)




Somos todos um grande coletivo
Nascidos de pai e mães diferentes
Com mesmo sangue
todos são gente.
Coletivo que só pensa nas férias que pode perder
E que não pensa no reajuste de salário que o outro não vai ter
Coletivo que quer ter educação de qualidade
Mas não sai do facebook para ir a luta de verdade
Não quero pertencer a um coletivo que joga comida fora
Enquanto tantos entram na fila e não conseguem almoçar
Não quero pertencer a um coletivo que se acomoda com suas salas cheias de investimentos da Vale
Enquanto muitos só são atendidos se subirem 11 andares de escadas
Acho que só seremos um grande coletivo
De gentes, estudantes, de seres humanos
Se a dor do outro for a minha dor, a nossa dor
Se a dificuldade for patilhada
se a luta for unificada.





28/05

A dúvida


Não conheço muita gente hoje em dia que admira o PT sem estar filiado. Eu pertenço a este grupo! A história do partido me arrepia. Diante de todo o contexto de fim da ditadura, reconheço e admiro imensamente a coragem daquel@s que ousaram lutar e contruir o novo. Quando criticam o PT me sinto criticada e reajo quase instintivamente, sem saber muito o motivo.O meu primeiro voto foi do Partido. Meu primeiro voto foi do Lula. Isso demonstra o quanto eu acreditei não só na figura dos seus líderes, mas na proposta que o PT apresentava.
Depois de um tempo as coisas não estavam fáceis para os companheir@s.Estar no poder significa saber sambar no ritmo daqueles que mandam mais que você. Era preciso pagar a dívida, negar aumento aos servidores quando necessário e apresentar publicamente alguns desvios de verba ligados à suas lideranças. Essa é a ponte bamba entre oposição e situação que o PT precisou atravessar. Nós, da esquerda, sempre criticamos isso tudo. Como fazer quando o nosso partido, de esquerda, age no centro, sambando pra direita, para não cair da ponte e ser engolido pelos jacarés?Nem todos tem essa clareza que o PT da oposição é um e da situação é outro. Pois bem, eu tenho e foi mal, não consigo gritar que a culpa da greve é da Dilma. Mesmo descordando de inúmeros itens da política que o PT tem feito (Conf. a mais nova: Haddad apoiado pelo Maluf. Como assim produção?)
Ao mesmo tempo, sinto profunda admiração pela postura ética que @s companheir@s do PSOL tem tido. É de arrepiar o trabalho realizado pelo mandato do Freixo, Janira Rocha, Heloísa Helena. Ver o Babá marchando conosco por uma educação pública de qualidade, mostra tudo que eu acredito de fato.O PSOL é a oposição, logo, realiza todas as críticas necessárias e assim como o PT há 15 anos atrás, promete fazer o novo. Eu acredito na idoneidade d@s comp@s do PSOL que estão nesta luta pelo novo, com pautas coerentes, trabalho de base bem feito...enfim, com propostas que realmente são consistentes.Mas, me pergunto: como será o caminho a ser trilhado na ponte que chamamos de poder?
Essa é a dúvida crucial dos últimos meses. Tenho certeza quando a filiação. Agora, me pergunto quanto ao caminhar nesta ponte. Sei de todos os problemas do PT, entendo sua dificuldade. Mas, tenho clareza dos avanço do partido desde 2002 e tenho certeza que virão muitos outros avanços por ai.Também entendo a importância do PSOL na política carioca e sei que agora existe uma chance de mudar o cenário de destruição causado pelo Paes com a candidatura Freixo. A filiação ao PSOL é uma forma direta de contribuir para esta mudança.
E ai, o que fazer?

Outros espaços

Aprendi a ser quente ou fria. 


A Igreja me ensinou a ter lado, não ser neutra. Aos olhos de muitos isso parece estranhíssimo. Mas, de fato, aprendi a lutar ao lado dos pobres por justiça social com um cara chamado Jesus Cristo.
Tudo que eu aprendi na Pastoral da Juventude Estudantil foi único. Esse processo de educação na fé é fantástico e transformador. Tudo que sou, penso e acredito aprendi por causa da PJE.
E são 11 anos nessa luta, onde aprendi de tudo um pouco. Fazer cartazes, falar em público, arrecadar dinheiro para viagens. Muita coisa boa que só a vida nos ensina.
Só que hoje isso não me basta mais. Por muito tempo bastou e era o que me realizava na militância. Ali eu acreditava que podia mudar o mundo e que ficaria pra sempre contribuindo no que fosse necessário.
Depois de um tempo a gente aprende muitas coisas transformadoras, que só vem mesmo com a maturidade.
De fato, eu não vou mudar o mundo ali e em lugar nenhum. Mudo um pouquinho de nada na vida das pessoas.E o mais importante, precisamos dar espaço. Gente nova dá gás novo pra uma organização 3.0 como a PJE. Ou seja, já deu.
E sempre me perguntei o que faria depois da Pastoral. Filhos e família? Vida religiosa? Não.
Eu vou ser eu mesma, com os mesmos ensinamentos do tal de Jesus, em outro espaço. Aprendendo coisas novas, ensinando coisas novas, transformando minimamente a vida de outras pessoas.
A pergunta nova é: Qual é esse espaço?
Sempre acreditei que os partidos não são a única via na construção política. Deve ser por isso que quero tanto conhecê-los melhor e poder contribuir na construção efetiva de políticas públicas, mandatos e tantas outras coisas que, infelizmente, só conseguimos a partir deles. Os partidos são, pra mim, fonte de formação política também! Entender seu funcionamento me faz entender melhor os por quês de várias situações. 
Não estou desacreditada nos movimentos sociais. Eles ainda são presença forte na minha caminhada e nunca deixarão de ser. Mas, agora é tempo de coisa nossa nessa minha vida. Isso inclui estar, literamente, em outro espaço.